Volta dos 90 kms e mais escalada na Pedra Selada com os amigos Michel e João.

Nosso amigo Michel Schanuel, de Volta Redonda, que é alpinista, viu há algum tempo atrás as fotos do passeio de bike e escalada que fiz juntamente com Alexa, Jefferson e Fabinho na pedra selada, gostou muito e se interessou, pois até então nunca ouvira falar da pedra selada. De fato essa montanha não é tão divulgada e conhecida quanto o pico das agulhas negras, mas com certeza é muito linda, com uma vista deslumbrante, merece uma visita. Me pediu para que qualquer dia desses, fossemos de bike e fizese com ele a escalada. Como emendaria o feriado nessa semana, enviei a ele um e-mail o convidando para fazer a volta dos 90 kms (ou 100???) saindo de Resende indo até mauá e voltando via rio preto, ponte do souza, bagagem e descidão do M. Nem toquei no assunto escalada, porque já fui de bike uma vez e sei que é extremamente cascudo e cansativo, na minha "santa ingenuidade" pensei que ele se contentaria em somente passar de bike no sopé da pedra selada, e dali admirar ao longe e mesmo fotografar a bela montanha. Mas não, eu estava enganado, ele queria mesmo, e fazia questão de escalar a pedra selada, disso não abria mão, ele estava certíssimo pois sempre vale a pena conhecer um cantinho novo e bonito desse vasto mundo (Conheçam o mundo...antes que o deixem), eu também acabei gostando e acatando a idéia, pois gosto muito das montanhas. Marcamos o passeio para o feriado de 21 de abril, esperei por eles em casa, detalhe: ele e Jõao vieram pedalando de volta redonda. Saímos de Resende às 8:15 da manhã, demos sorte, o dia estava muito bonito e com a temperatura amena. Chegamos rapidinho na capelinha, e dali iniciamos o subidão da torre, correu tudo bem, só muitas paradas aqui e ali, para fotos, mas não tem jeito, quando se juntam 3 fotógrafos e blogueiros, não há o que fazer, e literalmente falando em nosso passeio "cada pedalada foi um flash". Mas valeu a pena tiramos fotos bonitas, embora algumas poucas ficaram péssimas pois retratravam o estado de cansaço e exaustão do bikers, teve certos momentos em que estávamos um "bagaço", mas estas fotos vocês não terão a tristeza e infelicidade de verem, pois já foram devidamentes deletadas. Ahhh...Já ia me esquecendo, também tivemos uma outra parada (obrigatória), pois nosso amigo, João, teve que atender a um "chamado " (urgentíssimo) da natureza, felizmente para ele, moitas ao longo do caminho não faltavam. Andamos bem e logo chegamos nas torres, onde descansamos um pouco e tivemos outra sessão de fotos (foram várias ao longo do passeio). Em se tratando de nosso amigo Michel Schanuel, tirar fotos é uma arte, de fato sabe escolher os melhores points, ângulos, poses e também sabe aproveitar as várias nuances de sombra e luz ao longo do dia. Todos esses conhecimentos resultaram em belas fotos. Fizemos o descidão e logo já estávamos no mauá, onde almoçamos no mauá grill, foi ótimo a comida estava uma delícia e além disso o Dimas e sua funcionária, a flor, são muito legais e atenciosos, ficamos muito a vontade e conversamos bastante. A decisão de almoçar no mauá se mostrou sábia e acertada, pois se assim não o fosse não conseguiríamos escalar, pois o consumo de energias durante o subidão da torre foi imenso e intenso, chegamos no mauá completamente exauridos. Após isso seguimos rapidamente para o sítio, na base da montanha, onde se inicia a escalada. O delicioso almoço, renovou nossas energias, andamos bem e rápido, pois tínhamos um cronograma a seguir e não queríamos de maneira alguma descer a serra do M de noite, mas não teve jeito ao longo do passeio nosso cronograma foi alterado várias vezes, e por fim nossa meta já era bem mais modesta e realista, queríamos apenas chegar em Resende antes da meia noite, para não ter de dizer aos amigos e conhecidos que saimos num dia e voltamos no outro. No sítio deixamos as bikes e calçamos os tênis de escalada, nesse intervalo ví uma senhora praguejando contra um gato, que morava no sítio, ela tinha ódio mortal do gato e dizia a todo momento que iria matá-lo com veneno, fiquei com pena do pobre bichano, e resolví dar uma palavra a seu favor, e assim ajudá-lo a se livrar da morte certa e iminente. Me dirigi a furiosa senhora, com muita educação e polidez, e expliquei para ela, que não se deve matar gatos, pois cada gato que matamos nos trás sete anos de azar, ela não gostou nem um pouco do meu "conselho", simplesmente se virou para mim e disse, em alto e bom tom, para que todos escutassem, que ela não estava nem aí, pois já faziam sessenta anos que estava tendo azar na vida, e sete anos a mais ou a menos, naquela altura do campeonato não fariam a menor diferença. Diante de tão áspera e incisiva resposta só restou a mim "enrolar o rabo, e sentar em cima"... perdi uma ótima oportunidade de ficar calado. Quanto ao gato...acredito que a essa hora já deva estar morto e devidamente sepultado. Iniciamos a nossa escalada, foi extremamente cansativo, teve certas horas que nossas pernas pareciam um chumbo de tão pesadas que estavam, não teve jeito, teve certas horas que precisamos fazer uns breves descansos. Mas enfim chegamos no cume da montanha, ali vimos que todos nossos esforços valeram, e muito a pena. O local é lindíssimo, e as vistas deslubrantes, o dia extremamente claro e ensolarada realçava ainda mais a beleza do cenário. Ficamos lá em cima por um bom tempo, apreciando tudo, saboreando cada momento e ouvindo a voz do silêncio. Com certeza as montanhas tem um certo encanto, transmitem muita paz e tranquilidade, quando estamos lá em cima parece que todos nossos problemas e aflições se tornam pequenos e insignificantes. Estar na montanha foi ótimo e rendeu boas recordações e lindas fotos, mas retornar era preciso, o dia estava terminando e ainda precisávamos descer a montanha e pedalar até resende via serra do M. Descemos a montanha rapidinho, conversamos bastante, o Michel e joão são muito gente boa, muito legais, agradáveis e divertidos, contaram algumas histórias bem engraçadas, teve certa hora que até tropecei de tanto rir. Descemos rápido, mas mesmo assim saimos totalmente do nosso cronograma, visto que o sol já estava se pondo. Pegamos as bikes no sítio e iniciamos nosso retorno, por sorte minha lanterna funcionou perfeitamente e não nos deixou na mão, pois era a única que tínhamos, o Michel e João se esqueceram de trazer as deles. Logo após o rio preto a escuridão nos pegou, a partir daí tivemos que ir mais devagar e com cautela, mesmo com a laterna ligada. Mas correu tudo bem, embora demorasse bastante, parece que os poucos kms do sítio até o descidão do M haviam se esticado bastante. Por sorte encontramos um bar aberto na bagagem, onde fizemos um lanche a base de coxinhas e guaraná, foi ótimo repôs nossas energias. Após isso montamos nas bikes e mandamos ver, pois o descidão do M estava perto e além disso estava fazendo muito frio e pedalar ajudava a esquentar. Finalmente chegamos no descidão do M, nossa que alívio, ver as luzes da cidade ao longe nos deu um novo ânimo, pois naquela altura já estava bem tarde e nosso cansaço era imenso. Descemos o M com extrema cautela, mas felizmente foi tudo bem, a estrada estava relativamente boa, a lanterna funcionou perfeitamente. Finalmente chegamos na vargem grande, nunca fiquei tão feliz, pois estar ali significava que todos aqueles cansaço, perrengues e exaustão pelo qual estávamos passando estavam perto de ter um fim. Da vargem grande até Resende foi rápidíssimos e logo já estávamos no trevo do Cabral, onde tiramos uma última foto de recordação dessa ótima e inesquecível aventura. Chegamos em casa tarde da noite (21:30), e nossa meta de chegar pelo menos antes da meia noite foi cumprida (isso porque não tivemos nenhum problema mecânico, e nem pneus furados). Estávamos exaustos, famintos, sujos e até louros de tanta poeira, mas, mesmo assim felizes e também aliviados, valeu muito a pena, foi uma aventura e tanto, com certeza sempre vamos lembrar com alegria. Valeu amigos Michele João!!! Foi muito legal pedalar e escalar com vocês !!!