terça-feira, 30 de março de 2010

Big Biker 2010

"A CHEGADA , O ROLÉ PELA PRAÇA , O JANTAR "
Tudo conspirou a favor, o grupo no qual eu estava era muito legal, fomos na véspera sendo que o Paulinho (do cicle 2 irmãos) foi de bike, ficamos em uma fazenda próximo de Itamonte, o lugar era lindo e o casarão no qual nos hospedamos era muito antigo, enorme com muitos quartos. Deixamos nossos pertences e bikes na casa e logo a seguir fomos para Itanhandú para confirmar a inscrição e retirar os kits, já era noite e aproveitamos para dar um "rolé" pela praça, visitamos as barracas e stands, vimos muita coisa interessante e as meninas aproveitaram para comprar alguns brincos, colares e pulseiras com motivos ciclísticos, tudo muito bonito, original e de bom gosto. Também tiramos algumas fotos de lembrança, a praça estava muito animada pois além da movimentação dos bikers também estava acontecendo um casamento na igreja matriz, de repente os alto falantes da praça tocaram uma música fúnebre e anunciaram que um morador da cidade acabara de falecer, achamos estranho esse negócio de morte anunciada, em alto e bom tom pelo alto falante, mas o Fabinho nos lembrou que a vida é assim mesmo, e na realidade 2 desgraças (morte e casamento) estavam acontecendo ao mesmo tempo. Após isso retornamos rapidinho para a fazenda, pois um delicioso jantar a base de lasanha, e acompanhada por vinho fino nos aguardava. Todos nós, ou seja: Jerônimo, Márcia, Alexa, Renato, Fabinho, Paulinho, Gustavo, Mdj, Marco Aurélio, Jefferson e eu nos sentamos a mesa e tivemos a alegria e felicidadede comer a já famosa lasanha da Márcia, huuummm.... que delícia.... saboreamos com prazer cada garfada, todos comeram muito e não teve jeito, estava tão gostosa que tivemos que pedir bis e repetir, alguns com a desculpa de que iriam pedalar 66 kms no dia seguinte, chegaram a abusar do direito de "repetição". Parabéns a Márcia, provou que sabe pilotar muito bem, tanto o fogão, quanto a bike. Quanto aos demais.. também estão de parabéns, provaram que sabem comprar, pão, queijo, presunto e refrigerantes além de lavarem louça muito bem. A lazanha e macarronada, além de serem deliciosas, foram parte importante de nossa "logística" pois o consumo de energia durante a prova seria imenso e intenso. O jantar foi muito divertido e serviu para a galera ir se conhecendo e descontraindo. Após o delicioso jantar tratamos de ir logo dormir, pois o dia seguinte seria extremamente cansativo e uma boa noite de sono reparadora seria fundamental. Dormir ali não era problema, pois haviam muitos quartos e um quantidade enorme de camas, e as acomodações apesar de simples eram bastante satisfatórias. Após uma boa noite de sono, acordamos bem cedo nos preparamos, não sem antes tomar um delicioso e reforçado café e logo após seguimos para Itanhandú. "O BIG BIKER"
Depois de muita espera e ansiedade, eis que finalmente chegou o grande dia. O evento é grandioso, foram mais de 1000 participantes. Nos reunimos na praça principal, tiramos as já tradicionais fotos e também encontramos com muitos conhecidos. Fizemos a vistoria nas bikes e aguardamos pelo início da prova, foram momentos de grande expectativa, estava extremamente tenso e ansioso, pois afinal de contas seria minha primeira vez, de tão nervoso cheguei até a esquecer das luvas, sorte que o Renato deu uma força e foi no carro buscá - las para mim, não via a hora de começar a pedalar, era muita gente, cheguei até ficar um pouco preocupado com a possibilidade de alguma colisão durante a largada. O locutor iniciou a contagem regressiva, foi dada alargada, a galera disparou, a partir daí meu stress e ansiedade se dissiparam completamente, pedalei muito e tentei na medida do possível acompanhar a Alexa, minha estratégia se mostrou acertada e chegou a funcionar até mais ou menos a metade do percurso. Pouco depois de sairmos do perímetro urbano já enfrentamos um enorme subidão, para mim foi cansativo visto que o meu motor custa para esquentar, mas, "não tão devagar"e sempre acabei por chegar no alto da serra, fiquei feliz porque na minha santa ingenuidade (não me preocupei em ver a altimetria...Ainda bem!!!) eu pensava que aquele subidão já era a serra do palmital, achei que após esse subidão tudo seria mais fácil, mas estava redondamente enganado, essa primeira serra não passava de uma simples e pequena amostra do que ainda estava por vir. Segui em frente e passei por belos lugares, ví paisagens lindas e também fiz um down-hill delicioso, também foi muito interessante ver aquele grande número bikers, ao longe a abaixo subindo a serra, parecia até uma procissão, mas infelizmente não tirei fotos, pois era competição e parar para fotografar comprometeria meu desempenho, além da máquina fotográfica ser um peso a mais. O trajeto foi excepcional, muito bem dividido em vários tipos de terreno e estradas, tivemos estradões de terra, estradinhas, trechos que eram praticamente single tracks com subidões e downhills em meio ao capim, também tivemos trechos no asfalto, um descidão que foi uma delícia. Além do trajeto ser muito bem dividido, também devo acrescentar que o apoio foi excelente, tivemos vários pontos de água e também um ponto de apoio no qual serviam isotônico, nesse cheguei a tomar 4 copos, valeu a pena repetir pois a medida que o tempo passava e o sol esquentava a prova foi se tornando cada vez mais dura e cascuda. Numa estradinha de fazenda enfrentamos um subidão muito íngreme e escorregadio, muitos bikers, nesse trecho, preferiram empurrar as bikes. Teve certa hora que tivemos um descidão em trilha, com direito a muitos buracos e pedras soltas, esse a meu ver foi o trecho mais emocionante, mas, por incrível que pareça, não tive medo algum, soltei os freios e a bike disparou, eram muitos solavancos e nessa altura eu já estava todo dolorido, eram dores na lombar, ameaças de câimbra, meu pé doia muito e a cada solavanco da bike parecia que eu levava um martelada nos dedos dos pés, os braços também estavam doloridos. Apesar dos perrengues mantive a força de vontade e segui em frente, nessa altura do passeio a Alexa, que eu tinha intenção de seguir de perto, já havia sumido de vista e não havia a mínima possibilidade de eu voltar a alcançá-la. Enfrentei ainda muitas subidas cascudas e descidas pedregosas, cheias de buracos e valetas. Num descidão pedregoso, eu não sei como, uma enorme pedra bateu na ponta da sapatilha, doeu muito, muito mesmo. Estava sendo dureza, mas apesar de tudo estava indo bem e com bom fôlego, o que realmente estava acabando comigo eram as dores. A perspectiva de terminar logo a prova fazia com que eu seguisse em frente com muita garra e determinação, achava que faltava pouco (estou sem ciclocomputador), mas um paulista que estava perto de mim esclareceu que ainda não estávamos nem na metade, e o pior, ou seja a serra do palmital ainda estava por vir. Fiquei arrasado, pois naquela altura dos acontecimentos a competição para mim estava se tornando um suplício. Finalmente cheguei na serra do palmital, meu Deus, que dureza, eu subia, subia e subia e mesmo assim a subida parecia nunca ter fim, foram horas intermináveis, parecia uma eternidade e sempre que chegava no topo haviam outras subidas me aguardando. Sofri demais nesse subidão, teve certa hora que quase amarelei, foi terrível, cansaço, dores e sol quente estavam acabando comigo, por sorte o Christiano de volta redonda passou por mim, me reconheceu e até tirou uma foto, conversei com ele um pouquinho e isso foi bom pois me distraí e esqueci momentâneamente dos perrengues, pouco tempo depois também encontrei com o Gustavo, que por sinal também estava bastante "derrubado", mas mesmo assim com muita garra e determinação seguia em frente. É sério, eu estava mesmo tentado a desistir, pensava comigo mesmo que tudo aquilo era uma loucura, o que eu estava fazendo ali sofrendo feito um condenado em meio a imensidão das montanhas de Minas gerais, sendo que eu poderia estar em casa numa boa, mas por sorte comecei a refletir e vi que todos ali estavam passando pelos mesmos perrengues que eu e mesmo assim seguiam em frente (digo: subiam), também lembrei das palavras do Lance Armstrong: "A DOR É MOMENTÂNEA E PASSAGEIRA...MAS O DESISTIR É PARA SEMPRE". Caí em si e descartei a possibilidade de desistir da prova, e segui em frente, ainda sofri um bocado, mas felizmente ao longo da subida fui incentivado por muitos ciclistas que passavam, eu agradeciaa todos, mas respondia apenas com acenos, com um sorriso (forçado) ou gestos de agradecimente, pois o cansaço era tão extremo e intenso que eu não conseguiria falar e pedalar ao mesmo tempo. No meio do subidão me deparei com uma linda cachoeira, com águas frescas, cristalinas e extremamente convidativas bem ao lado da estrada, fiquei com muita vontade de parar, descançar um pouco e tomar um banho, mas prontamente, embora a contragosto, desisti dessa idéia, porque se eu parasse ali com toda a certeza não conseguiria voltar a pedalar. Felizmente a serra do palmital ficou para trás. Mas apesar de já ter enfrentado a serra, ao longo do caminho restante até Itanhandú ainda enfrentamos muitas e muita subidas, embora não tão longas e íngremes quanto aquela. Em certo trecho ví uma placa dizendo que faltavam 15 kms, fiquei super feliz e me animei novamente, mas, os tais 15 kms pareciam não ter fim, pedalava, pedalava e pedalava e eles estavam lá do mesmo jeito, nunca terminavam, parecia que os kms finais estavam sempre "rendendo e aumentando", ao invés de diminuir (Será que o "Kilômetro mineiro" é diferente do nosso???). Naquela altura da competição minhas energias estavam se esgotando rapidamente, até minha água já havia se acabado, e para completar o sol estava de rachar. Diante desse quadro desolador meu ânimo novamente se abateu, já não aguentava mais pedalar sob o sol escaldanteestava sendo uma tortura. Mas de repente, do nada, avistei ao longe em meio aos inúmeros morros, a igreja de Itanhandú, essa visão foi um colírio para meus olhos, um bálsamo para meu corpo dolorido e a partir daí tirei forças não sei de onde e mandei ver, pedalei muito e com muita determinação pois não via a hora de terminar tudo aquilo, andentrar a reta final e ultrapassar a linha de chegada onde todos esses perrenguese sofrimentos que eu estava passando finalmente teriam um fim. Foi tudo muito rápido, mal acreditei que havia chegado na cidade, ultrapassei a linha de chegada onde recebi a minha tão merecida medalha, após isso recebi uma latinha de coca colage ladinha... huuummm.... que delícia .... essa foi a coca mais deliciosa que tomei em toda minha vida. Me reuni aos amigos que já haviam chegado, procurei uma sombra fresca e ali finalmente tive meu tão sonhado, aguardado e extremamente necessário descanço. Apesar de ter sido hiper cascudo, eu gostei muito do big biker e como bom ciclista que sou (ou será ciclo-masoquista???) rapidamente (em questão de segundos), me esqueci de todos os perrengues que passei, e pouco tempo depois já estava tomando tranquilamente meu banho de ducha, na praça, e contando para os amigos, com riqueza de detalhes e alegria, como foi tudo e até cogitando da possibilidade de participar novamente no ano que vem. Realizei meu desejo e embora não tivesse subido no pódio, estava muito feliz e me sentindo o número 1, gostei de tudo e "saboreei" cada momento, embora alguns desses "momentos" tivessem um sabor muito "amargo e desagradável".
"OS RESULTADOS"
Todos em nosso grupo foram muito bem, sendo que como sempre as meninas se destacaram, tanto a Márcia quanto a Alexa subiram ao pódio, tudo devidamente registrado em belas e bonitas fotos, o Jerônimo (mais conhecido como "Mozão" e grande biker da região) também fez bonito, e ficou em nono lugar (sub-45) e por pouco não subiu ao pódio (se tivesse comido um pouco mais de lasanha com certeza subiria). O Fabinho e Paulinho participaram informalmente, mas mesmo assim chegaram bem na frente de muitos prós, sorte deles que o Paulinho não estava oficialmente inscrito na competição, porque se estivesse, com certeza algum dos elites participantes iria perder o lugar no pódio. Jefferson, Marco Aurélio e Gustavo também obtiveram bons resultados, principalmente o Jefferson que correu na sub-35, uma das que mais tinham concorrentes. Quanto a mim obtive um excelente resultado (segundo o meus padrões) e fiquei em trigéssimo lugar (30) em minha categoria (sub-50), sendo que 55 concorrentes conseguiram ultrapassar o linha de chegada e outros 10, ou desistiram, ou talvez tenham morrido no meio do caminho. Pelo que ví todos de Resende e da ACRAN foram bem, destaque para nosso amigos Emídio, que estava na cicloturismo e terminou a prova numa boa. Nosso amigo Christiano Goulart ( http://cgoulart.multiply.com/ ), de Volta Redonda, ficou em segundo lugar na categoria "aventura". Correu tudo bem, e minha bike provou, mais um vez, que é ótima e topa qualquer parada. Agradeço a Deus por ter saúde, disposição e a companhia dos amigos para praticar um esporte tão legal como o mountain bike e por poder participar dessa competição, também agradeço aos amigos pela força e incentivo que me deram. Tchau abraços para todos, foi muito legal e divertido participar do big biker com vocês. Mais fotos:

Márcia Stage: http://picasaweb.google.com.br/101827350577961560977/BigBikerItanhandu28031002#

Renato Pereira: http://picasaweb.google.com.br/Renato.Bikingnet

2 comentários:

Michel Schanuel Girardi disse...

Gostei da parte das "duas desgraças acontecendo ao mesmo tempo". hahahaha

Todos estão de parabéns por terem participado e conseguido bons resultados numa prova tão competitiva e famosa como essa.

Tenho certeza que essa viagem com os amigos valeu muito a pena.

Abraço!

OFF ROAD BIKERS disse...

valew jorge!!! muito bom esta prova ainda vou ver se participo este ano de alguma etapa. big biker é sinistro. aproveitando quando quiser pedalar pelas bandas de santa rita me avise que se der faço companhia ok
abraço