Os imprevistos é que costumam dar os melhores pedais ...ou as maiores "furadas " e perrengues , foi exatamente isso que aconteceu. À princípio havia combinado com meu amigo Michel , de Volta Redonda , de subir uma montanha próxima da ponte do Souza , porém devido a alguns mal entendidos acabamos , no último momento , mudando de planos. Decidimos pedalar por algum lugar diferente da região, a primeira coisa que me veio a mente foi a tal trilha que liga Penedo a serrinha do alambari. Sempre ouvia falar dela e decidí que esse seria o momento oportuno de conhecê-la. O problema é que estava pensando que era uma coisa , mas na realidade era outra totalmente diferente , pensava que a trilha seria na maior parte pedalável , porém a trilha , apesar de muito bonita e interessante , era super cascuda e mais apropriada para trekking , de preferência em tempo seco. Nos dirigimos ao Penedo , e lá iniciamos a trilha, propriamente dita , cuja entrada se situa mais ou menos próximo das 3 cachoeiras , em frente a um mercado. No princípio tudo muito bom, tudo muito legal , eram só alegrias com trilha maneira e paisagens bonitas , seguimos em frente e pouco tempo depois nos deparamos com um portão fechando a estrada , ignoramos este obstáculo e entramos assim mesmo. A partir daí já foi ficando um pouco difícil pois a trilha ,apesar de boa, se tornou bem íngreme, e para completar era de terra vermelha e muito recoberta por lodo , ou seja era praticamente um escorregador , a terra molhada tornava tudo ainda mais escorregadio, aí já começou uma série de escorregões e o empurra bike. Porém nada nos desanimava , e continuamos seguindo com bom ânimo para o alto e avante. De vez em quando nos deparávamos com trechos mais ou menos planos e pedaláveis , aí aproveitávamos pra tirar algumas fotos porque afinal de contas , pelo menos em teoria , aquilo era um passeio de mountain bike . Os lugares por onde passamos eram muito bonitos e bem preservados, e ao longo do caminho pudemos conhecer uma cachoeira bem bonita, escondida em meio a mata densa. Nessa altura dos acontecimentos nós praticamente só empurrávamos as bikes pois a trilha ,a medida que avançávamos , se tornava cada vez mais estreita, lamacenta e fechada pela vegetação , o que atrapalhava muito nosso deslocamento. Foi um perrengue e tanto , muito cansativo , teve certa hora que até pensei em desistir e voltar pra trás , isso porque a trilha é em meio à mata , sendo assim a gente fica meio perdido e sem referências porque não dá pra olhar pra longe e ter idéia de onde estamos; porém refleti melhor , troquei uma idéia com o Michel decidimos , em comum acordo a seguir em frente , o que foi ótimo pois se desistisse e voltasse minha reputação como "guia " ficaria seriamente abalada. Andamos , andamos e andamos e nada de chegar na serrinha ; então subitamente chegamos num enorme brejo , com vegetação muito alta , nesse ponto a trilha sumiu, novamente fiquei preocupado , mas logo o Michel , que é um trilheiro experiente , achou a trilha novamente, seguimos em frente e chegamos em 2 abrigos abandonados , o que nos tranquilizou e mostrou que estávamos no caminho certo. É óbvio que nessas alturas dos acontecimentos nosso pedal se havia transformado em trekking , mas não um trekking comum , e sim um trekking carregando peso , ou seja : carregando as bikes. Continuamos nossa árdua jornada e chegamos numa bifurcação , felizmente optei pelo caminho certo, o que logo foi confirmado pelos marcadores nas árvores. A partir desse ponto o que já estava ruim se tornou ainda pior, pois até então pudemos empurrar as bikes, mas agora seria necessário carrega-lás trilha acima, em alguns lugares o caminho era extremamente íngreme , isso sem falar nos galhos e cipós que a toda hora se emaranhavam em nós e nas bikes . Esse trecho foi extremamente cansativo, meu amigo Michel , que é sempre calmo e tranquilo, chegou a ficar preocupado e até consultou seu gps , porém confirmou minhas suspeitas de que já estávamos bem próximos da serrinha do alambari. Apesar do cansaço e dos perrengues eu gostei de conhecer essa trilha, a natureza é bem preservada , é mata virgem mesmo, com muitas nascentes de água e bastante animais. Fiquei impressionado com a quantidade de macacos fazendo algazarra próximos de nós, mas não pudemos avistar nenhum, estavam bem camuflados na vegetação. O cansaço bateu forte, não via a hora de chegar na serrinha , não aguentava mais tantas subidas empurrando bicicleta , que naquela altura dos acontecimentos pareciam ainda mais pesada. Subimos , subimos e subimos, fizemos muitas curvas e , de repente , graças a Deus , a mata terminou e saímos no alto de uma montanha totalmente recoberta de pasto, onde uma boiada pastava tranquilamente. Mal acreditei que estávamos chegando , mas era mesmo verdade , abaixo e ao longe avistamos a serrinha do alambari. A partir daí foi só descer , logo chegamos na serrinha , fizemos uma breve parada pra tomar um banho no ribeirão de águas bem frias, foi ótimo renovou nossas energias. Desse ponto em diante foi tudo bem light e previsível, lanchamos na serrinha e depois voltamos via trilha da aman. Apesar dos perrengues gostei muito ,tudo tem seu lado positivo , sempre vale a pena conhecer lugares novos e superar desafios ;acrescentei mais uma aventura ao meu currículo e com certeza fiquei um pouco mais descolado. Agradeço ao Michel pela companhia. E para àqueles que ainda não conhecem , aí vão algumas fotos para terem uma idéia.
Em alguns trechos era possível pedalar.
No começo tudo era relativamente fácil.
Depois de certo tempo o mato foi tomando conta , e a trilha se tornando cada vez mais estreita.
Uma bonita cachoeira escondida no meio da mata.
De repente saímos da mata fechada e chegamos no alto dessa montanha recoberta de pasto , de onde podia se avistar a serrinha.
Quase no final da trilha , bem pertinho da serrinha do alambari descobrimos esse pocinho , onde aproveitamos para descansar um pouco.
2 comentários:
Mais uma aventura (perrengue) pro currículo!! Rsrs Pode contar comigo pras próximas. Abraço
E ai Beleza meu brother, sera que e possivel subir pela trilha da aman e descer por essa que vc fez, abracos!
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